1. O Carcinoma hepatocelular é uma entidade que se associa a uma mortalidade considerável (sobrevida aos 5 anos de cerca de 18%). Quase todos os casos surgem em doentes com uma hepatopatia prévia. Entre 2 e 4% dos doentes com uma hepatopatia desenvolvem um carcinoma hepatocelular em cada ano que passa.
2. Os doentes com hepatopatias poderiam ser sujeitos a uma vigilância periódica de modo a que os tumores fossem descobertos numa fase mais precoce. Diversas organizações internacionais preconizam esta vigilância, mas não existem dados que substanciem estas recomendações. Deve salientar-se que doentes que não se qualifiquem para tratamentos curativos não devem ser incluídos em programas de vigilância.
3. Os doentes que albergam carcinomas hepatocelulares devem ser estadiados. O estadiamento condiciona a modalidade terapêutica e define o prognóstico.
4. Em alguns doentes os tumores poderão ser ressecados (doentes com bom estado geral, função hepática preservada, sem hipertensão portal sem que a dimensão do tumor seja um factor limitante). 60% estarão vivos aos 5 anos.
5. Os doentes com uma carga tumoral limitada que não sejam candidatos para ressecção poderão ser transplantados se não tiverem invasão vasculares nem metástases à distância. 50% destes doentes estarão vivos aos 10 anos.
6. Doentes com uma carga tumoral limitada ao fígado que não sejam candidatos a uma ressecção ou a um transplante devem ser submetidos a tratamentos administrados pela artéria hepática. A maior parte das vezes infunde-se um citostático e emboliza-se o vaso por onde se administrou o produto. Outras vezes usa-se um isótopo radioactivo.
7. Tratamentos sistémicos usam-se em doentes com metástases ou invasão dos vasos do hilo hepático. Também se usam em doentes submetidos a tratamentos intra arteriais que estejam a progredir. O medicamento a instituir (Sorafenib) aumenta a sobrevida dos doentes com CHC de 2,8 meses. Regorafenib aumenta a sobrevida (cerca de 3 meses) de doentes que tenham progredido sob sorafenib.