Doenças Inflamatórias Crónicas do Intestino

As doenças inflamatórias crónicas do intestino são afecções cada vez mais frequentes nas populações dos países Ocidentais. O nosso País não escapa a esta tendência estando rastreados milhares de casos.

Estas doenças têm uma característica que lhe confere grande individualidade no panorama das doenças digestivas. Acontece que cursam por crises que são entremeadas por períodos de acalmia ou quiescência como nós, geralmente, dizemos.

Nas crises, imprevisíveis no momento em que surgem, os doentes necessitam de múltiplas observações e de ajustamentos terapêuticos que são, muitas vezes, diferentes de uns casos para os outros. Além disso, nem todas as crises podem ser combatidas com medicamentos; em certos casos exige-se cirurgia.

A Assistência médica deveria ser capaz de se ajustar a esta realidade evidenciando uma elasticidade que acomodasse a necessidade de observações frequentes nas ditas crises. Justamente isso não acontece nas estruturas hospitalares publicas em que os médicos têm uma lotação exacta de primeiras e de segundas consultas que estão quase sempre saturadas. Dizendo de outro modo, um doente do género com uma crise terá que se socorrer dos Serviços de urgência onde já se aglomeram centenas de doentes.

Este problema não se coloca numa assistência médica privada. Havendo maior procura, o ambiente privado tem imediata elasticidade (aumentando o número de consultas por cada médico ou aumentando o número de médicos que as executam) para socorrer o número crescente de doentes que surjam.

Problemático é que o Estado tenha decidido que este tipo de doentes apenas possa ser visto em entidades públicas, únicos locais onde lhes podem ser prescritos medicamentos essenciais ao seu tratamento. Preconceitos ideológicos que só servem para prejudicar os doentes !

Artigo Observador.

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